Sejam Bem Vindos

Espero que curtam e acompanhem meus posts. Conto com a participação de vocês com comentários, sugestões e até mesmo críticas, desde que construtivas.

O Cego de Jericó

Com certeza Bartimeu saiu de casa aquele dia para mais um dia de rotina. Vs. 46 – Sentado à beira do caminho (solitário) - Jesus era seguido de seus discípulos e grande multidão, ele poderia pensar: “será que ele me notará, fará alguma coisa por mim?”

O Vulto da Mulher da Foice

Diz a lenda que em uma pequena cidade do interior, um vulto de uma mulher vestida de negro e com uma foice em punho era vista em pontos diferentes do lugarejo altas horas da noite por muitas vezes.

Seus Olhos

Seus olhos me olham profundamente, Num brilho que reflete em minha alma, Lá no fundo eles me dizem o que seu coração espera,

É Verdade Amor

É verdade amor Não tem mais como esconder O que sinto por você. Relutei, não queria aceitar Pensava: Ela é minha amiga, não posso me apaixonar

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

PEDALADAS DA ILUSÃO

Nunca fui dado a aventuras, minha vida toda foi tranqüila, meio que parada, pois nunca tive coragem de arriscar ou fazer coisas mirabolantes.

Meus amigos escalavam montanhas, eu tinha medo de altura, davam mergulhos de lugares altos, eu nunca aprendi a nadar. Faziam passeios ciclísticos em trilhas perigosas pelo campo, mas eu só fui aprender andar de bicicleta lá pelos 25 anos.

Nunca joguei futebol  porque tinha medo de cair e quebrar a perna ou braço. Na verdade, uma única vez, quando tinha dezoito anos, resolvi arriscar bater uma bolinha com amigos, levei um calço, cai, bati o ombro e quebrei a clavícula. Foram trinta dias de gesso.

Nesse caso até valeu, pois arrumei uma namorada por causa disso, estranho né? Mas é verdade.

Nunca tive sorte com mulher, era muito tímido, não tinha coragem de me aproximar, morria de medo de levar um não.

Tanto que minha primeira namorada foi essa por causa do gesso na clavícula.

Te conto, indo caminho de casa, passando na porta de um sobrado tinha uma bela moça sentada na calçada, e mexeu comigo, achou curioso me ver todo engessado, parece que nunca tinha visto alguém com osso quebrado.

Quando vi estava sentado ao lado dela e a garota enfiando a mão no meu gesso, ele não era dos bons, estava mole e esfarinhava, por isso foi fácil ela colocar a mão dentro daquela coisa.

Ficou toda feliz, conseguiu tocar meu braço e quase meu peito. Tava mesmo tão alegre que ganhei um beijo, na boca. Meu primeiro beijo e o melhor de todos. Nunca esqueci.

Bom, já faz muito tempo que ocorreram essas coisas, da saudade, mas agora é apenas passado, muito bom por sinal.

Me chamo Amós, sou um cara solitário, já faz muito tempo que eu não tenho um relacionamento amoroso e minha vida anda meio complicada, cheia de dificuldades.

Já a algum  tempo venho sofrendo com problemas de coluna, uma estenose, que tem afetado o nervo ciático, causando-me muitas dores e por causa disso tenho  tomado muitos remédios.

Outra questão, é que os amigos me procuram com problemas e eu acabo me envolvendo. E no desejo de tentar ajudar acabo por carregar as cargas emocionais deles.

Talvez tenha a ver com meu nome, Amós quer dizer “aquele que ajuda a carregar o fardo”.
Pensando em solucionar o problema de saúde ou pelos menos amenizá-lo, resolvi praticar algum exercício. Andar de bicicleta por exemplo.

Na bicicleta poderia unir o útil ao agradável. Além de me exercitar,  quem sabe, conhecer um mulher. Talvez até arrumar uma namorada.

Comecei a pedalar numa quinta feira, por volta das dezoito horas. O percurso escolhido foi no bairro próximo de minha casa. Era um setor residencial, com escolas, posto de saúde e comércio.

Como a intenção era praticar exercícios para o bem da saúde e ao mesmo tempo conhecer uma mulher interessante, enquanto pedalava observava pessoas nas ruas, nas portas das casas.

Muitas pessoas transitavam pelas ruas do bairro, trabalhando ou voltando pra casa depois de um dia de trabalho, crianças jogavam bola, outras soltavam pipa.

Num desses dias de pedalada eu distraído observando as pessoas que passavam fui fechado por uma moto e tive que me virar pra não acontecer um acidente, mas acabei trombando numa mulher que atravessava a rua.

A sorte é que estava devagar, não gosto de correr, geralmente pedalo devagar, pois as ruas desse bairro vivem cheias de crianças jogando bola ou pessoas andando no meio da via.

A moça não se machucou, graças a Deus, mas eu quis chamar o Samu, levá-la para o hospital, mas ela,  levantou se desculpando pela distração e acabou me convidando para entrar e tomar um lanche.

A casa dela era do outro lado pra onde ela estava indo ao atravessar aquela rua.

Pra minha surpresa, enquanto preparava o lanche a garota me disse que se distraiu atravessando a rua, pois estava me observando e que já fazia isso a algum tempo.

Não teve como evitar, ela se aproximou, bem pertinho de mim e aconteceu um beijo, beijaço mesmo, como a muito tempo não me acontecia.

Enquanto nos beijávamos minha mente viajava, abestalhado por aquele momento mágico.

De repente meus olhos se abrem e me vejo montado na minha bicicleta ergométrica, onde faço minhas pedaladas diárias, chovia lá fora, e percebi que voltava de mais um daqueles lindos sonhos que me ocorriam acordado enquanto pedalava.


Pedaladas da ilusão.


**** imagens da internet