Sejam Bem Vindos

Espero que curtam e acompanhem meus posts. Conto com a participação de vocês com comentários, sugestões e até mesmo críticas, desde que construtivas.

O Cego de Jericó

Com certeza Bartimeu saiu de casa aquele dia para mais um dia de rotina. Vs. 46 – Sentado à beira do caminho (solitário) - Jesus era seguido de seus discípulos e grande multidão, ele poderia pensar: “será que ele me notará, fará alguma coisa por mim?”

O Vulto da Mulher da Foice

Diz a lenda que em uma pequena cidade do interior, um vulto de uma mulher vestida de negro e com uma foice em punho era vista em pontos diferentes do lugarejo altas horas da noite por muitas vezes.

Seus Olhos

Seus olhos me olham profundamente, Num brilho que reflete em minha alma, Lá no fundo eles me dizem o que seu coração espera,

É Verdade Amor

É verdade amor Não tem mais como esconder O que sinto por você. Relutei, não queria aceitar Pensava: Ela é minha amiga, não posso me apaixonar

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

ELA


Ela parece o carnaval, 
fez dos meus sentimentos folia.

Mas é bonita, bela, singela

Em seu vestido branco de gala, sapato de cristal,
Ela é minha cinderela.

Fugiu de mim à meia noite,
Não deixou rastro, nem pista,
Mas não sai da minha vista, 
visão, coração.

É minha doce paixão.





** imagem da internet.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

ZÉ, O AZARADO?

Vou te contar a história de Zé. Na verdade seu nome de fato não é Zé, nem José, mas virou “Zé”.

O cara não era bem visto nem bem quisto na cidade onde morou a vida toda, desde criança, ainda mesmo quando tava no ventre da mãe dele.

A questão é que o ser humano é preconceituoso na sua maioria, poucos não guardam preconceito.

Seu pai o Joalson largou da Mariângela para se casar com Alcinda, sim a Alcindinha. Chamavam-na Dinha porque Cindinha, diziam, não era legal. Na verdade Alcinda não era.

Mariângela inconformada com o abandono de Joalson, resolveu amaldiçoa-lo, tamanha era sua contrariedade.

Isso pelo menos é o que rola na boca do povo da cidade.

Amaldiçoou o pai e a praga pegou no Zé.

Quando a criança nasceu, enquanto todo bebê recém nascido ganha muitos elogios, como, “menino lindo, puxou o pai”, “nossa que criança mais bonita, parece com a mãe”.

Ele porém, não, claro. Sua tia ao vê-lo ainda no hospital disse, “tem cara de joelho”.

Muitos que foram visitar a mãe na maternidade fizeram careta, torceram os olhos e não disseram palavra, mas dona Dinha percebeu os olhares.

Os mais abusados, amigos do pai disseram “Que Zé é esse Joalson”?

Não que ele fosse feio, muito pelo contrário, era uma criança bonita.

Quando foi crescendo e passeava com sua mãe, as pessoas chegavam a atravessar a rua para não cruzar com o menino.

Ficou na escola, estudou e se formou apesar do bullyng que sofreu durante toda vida acadêmica.

Verdade é que o bullyng o acompanhou a vida inteira, pelo menos até o dia que tudo mudou.

Ainda na escola tinha que se assentar num canto da sala e as outras crianças ficavam do lado oposto e até a mesa da professora ficava doutro lado.

Os empregos que conseguia, era onde trabalhava sozinho. Foi até vigia noturno(vigilante) numa agência bancária. Lá ficou por muitos anos pois ladrão não entrava.

Uma vez uma quadrilha especializada em assalto a bancos planejou um assalto na agência onde Zé trabalhava, passaram meses se preparando, parecia até filme.

Um dia os caras aparecem na delegacia e se entregaram ao delegado e contaram tudo que pretendiam fazer, mas desistiram ao saber que o rapaz era  vigilante no local.

Só saiu desse emprego quando entrou um gerente novo e resolveu transferi-lo para o turno do dia, nenhum cliente entrava mais no banco.

Certa ocasião foi guarda de trânsito, mas logo demitido porque até os carros se desviavam, cortando caminho em outras ruas, motos passavam sobre as calçadas e bicicletas entravam na contramão (se bem que isso acontece de qualquer forma).

Pra que um guarda de trânsito que mais causa acidentes do que os evita?

De garçom e balconista não adiantava nem tentar, porque os estabelecimentos ficavam às moscas.

Você deve estar se perguntando como era a vida amorosa do Zé, não é mesmo?

Que vida amorosa? O cara tem trinta anos e nunca teve uma mulher, não sabe nem o que é beijar, abraçar... nem ao menos conversar com uma.

Sua mãe foi a única que o abraçou e conversou com ele.
Não me pergunte pela irmã, o cara é filho único.

Dizem que mulher gosta de cara educado, romântico, que nada, com ele nunca funcionou.

Escreveu um lindo poema pra sua vizinha quando tinha 16 anos, abria a porta da sala de aula pra ela no colégio, dizia bom dia, boa tarde, falava que ela era bonita, mas nunca funcionou.

Ele só conhece a cor da voz dela, porque ela conversava com outras pessoas.

Aos vinte poucos anos ouviu falar que elas gostavam de caras bombados, fortes.

Foi para a academia, se bem que o dono não queria aceita-lo. Só ficou porque ameaçou reclamar de seus direitos na justiça.

Se bem que ele não ganharia, com toda certeza.

Não ficou lá muito tempo, quando percebeu que mesmo com aquele corpo atlético não atraía as garotas.

Comprou carro, moto, mas nem assim conseguiu a atenção de uma mulher.

Até nas redes sociais não teve sucesso, parece que sua foto transmitia energias negativas.

Nem tinha WhatsApp, pois ninguém o adicionava, no Facebook, não tinha amigos, nem amigas, muito menos.

Na verdade nem sei como ele conseguiu abrir uma conta na internet, pois sempre foi rejeitado.

Certa vez, viu uma propaganda de uma mulher de borracha num site e resolveu comprar.
Tava meio constrangido com aquilo, não era o que ele queria, claro.

Queria sim uma namorada, uma mulher, uma companheira pra viverem juntos e construir uma história.

Mas acredite nem essa mulher chegou. O carteiro deve ter evitado o contato com ele e o produto voltou pra São Paulo. Caramba, que vida.

Isso o motivou a mudar de cidade, mas tudo era igual, ninguém dava atenção pra ele, todos o rejeitavam, nem emprego conseguiu dessa vez.

Voltou pra sua cidade natal e era um cara solitário na vida, morava sozinho, estava desempregado, sem perspectiva nenhuma.

Saiu de casa numa manhã decidido a não voltar, caminhou horas, atravessou a cidade e foi parar num lago que não conhecia.

Foi andando pela orla, pensando no que fazer da vida, cansado que estava daqueles trinta anos de desprezo, se distraiu, escorregou numa pedra enlodada e caiu dentro daquelas águas.

Você conhecendo a vida azarada do Zé, deve estar pensando que morreu afogado, ou que a água era barrenta e poluída.

Nada disso, o lugar era lindo e tinha uma água tão cristalina que se podia ver o fundo.

Não! Não apareceu ninguém pra brigar com ele por ter caído naquele paraíso aquático,  também não veio pessoa alguma a salvá-lo. Nem sereia de água doce ou Iara.

Azarado sim, mas não o subestime, sabia nadar, e nadava muito bem, só não virou atleta por que... Ah! Você já conhece a fama do rapaz.

Nadou um pouco, admirou aquele lugar e estranhamente se sentiu feliz, como nunca em sua vida.

Saiu e resolveu voltar pra cidade e para surpresa de Zé, as pessoas que encontrava na rua, homens, jovens, crianças, sorriam pra ele. Alguns até o chamavam pelo verdadeiro nome, Joaldo.

O mais curioso e impressionante e para seu delírio, as mulheres o beijavam, muitas até saiam de dentro de casa, ou de onde estivessem para beijá-lo

Até o trânsito ficou congestionado porque as mulheres paravam seus carros e motos e pulavam enlouquecidas sobre o moço e o beijavam, teve até as mais atiradas que lhe tascavam beijos cinematográficos.

A polícia foi chamada para conter aquela mulherada e dessa vez nada fizeram contra Joaldo, sim, agora Joaldo.

A policial desceu do carro, tinha cara de brava, toda fardada, deu tiro pra cima, espalhou as mulheres e quando viu Joaldo, não se conteve, se atirou sobre ele e o beijou longamente.


Agora eu te pergunto, a sorte dele mudou ou era apenas um sonho?